Consentimento

Sob efeito do poema publicado abaixo - belo e tocante - registro alguns pensamentos que me vieram à mente:


Desalento é a palavra do momento, que tranforma todas as outras em utopia. Nada mais me choca ou assusta: tudo é possível nesse naufrágio ininterrupto do essencial. Prosperam a banalidade, o vulgar, o efêmero, com nosso mudo consentimento.

Não é mais uma questão de ética, moral ou caráter, isso já é coisa do passado, pertence à História. O que nos paralisa hoje é a certeza de que nada vai mudar, porque os desejos estão solitários, esparsos, insuficientes...

O aumento demográfico é diretamente proporcional à indiferença, não adianta gritar, os vizinhos não ouvem, estão ausentes. Algumas vozes parecem coincidir ao longe, em frágil solidariedade, mas seus ecos se perdem no burburinho das maritacas ou
emudecem na triste certeza da impunidade.

Nadja Neves Abdo


Comentários

  1. Prezada Professora Nadja, parabéns pelo Blog e inteligentes ideias nele contidas. Escrevi longo comentário sobre este tema apoiando a sua posição, pois escrevi livro nos Emirados ´rabes ressaltando a cultura árabe. Mas ao tentar postar o comentário, o computador exigiu-me URL, que nem sei o que vem a ser. Este vai então como anônimo, apenas com meus parabéns reiterados - Abraço, RogerioZolaSantiago

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Lembranças...

POEMA DE ELIZABETH BISHOP