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Mostrando postagens de dezembro, 2011

BRASIL EMERGENTE

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Ouvi a notícia de que o Brasil tornou-se a sexta economia do mundo, suplantando muitos países da Europa. Bravo!!! No entanto, a mídia ‘esquece’ de noticiar que o poder econômico brasileiro está centralizado nas mãos de poucos:   os eternos senhores feudais, insaciáveis e corruptos.   Nós, brasileiros comuns, percebemos que o país tem feito progressos, sem dúvida. Mas podemos constatar, com facilidade, que a grande maioria da população ainda vive em situação muito precária: mendigos para todo lado, favelização crescente, marginalização assustadora, saneamento básico deplorável etc. Fico envergonhada toda vez que a imprensa internacional filma absurdas cenas de subdesenvolvimento e de baixa qualidade de vida em nosso país. Imagino a perplexidade que tais fatos causam nos habitantes de países em que a distribuição da renda é justa e as pessoas desfrutam do mínimo necessário à dignidade humana. Mas as caras lavadas dos políticos, banqueiros e empresários corruptos não queimam!   Eles/ela

O TEMPO DE UM ANO

A sensação de que o tempo está passando mais depressa é assustadora: parece não ser mais possível controlar a velocidade dos fatos e da vida. No início do ano, isso não fica tão evidente, dá até para acreditar que há prazo suficiente para fazer tudo que está planejado. No entanto, à medida que se aproxima o final do ano, cresce a sensação do imponderável, do inevitável desfecho, a despeito da necessidade de mais horas, dias, meses. Ao se constatar que mais um ano está encerrado, nada mais cabe, senão contabilizar ganhos e perdas. Surgem, então, as estratégias para maximizar vantagens alcançadas ou minimizar efeitos indesejáveis. Nessa hora, a maturidade é a grande aliada, é dela que se extraem forças para acreditar que foi feito o cabível a cada situação, não necessariamente o desejado. Para o ano vindouro, promessas de mais sabedoria, vitalidade e melhor administração do tempo, e um desejo firme de que as luzes não se apaguem antes da hora. No entanto, é importante entender que os ru

DESPEDIDA DO TREMA

        Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos. Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!... O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé. Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o

Clarice Lispector

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Clarice era assim: intensa, verdadeira, corajosa.