BRASIL EMERGENTE

Mas as caras lavadas dos políticos, banqueiros e empresários corruptos não queimam! Eles/elas aparecem nas revistas de maior circulação, com suas máscaras, dando declarações que são um verdadeiro atentado à inteligência dos cidadãos de bem. E quando esses corruptos e usurpadores da “pátria mãe gentil” são julgados e condenados pelo poder judiciário, cabem-lhes as mais ridículas penas, e nunca são obrigados a devolver o que roubaram. Continuam ricos e ainda voltam – impressionante!!! – com o aval do próprio povo espoliado, para dilacerar ainda mais os já parcos recursos da nação, quer seja pelo voto ou pelo consentimento tácito da população em geral. Parece-me que o brasileiro, em sua carência de utopia, quer acreditar que sua vida está melhorando, que o país está erradicando o banditismo e a desigualdade social.
Diante desse cenário, preocupa-me seriamente a passividade dos brasileiros. Parecem anestesiados pelo assistencialismo (implantado no país, com o claro objetivo eleitoreiro) ou pelo comodismo de suas vidas mais ou menos remediadas. Os mais abastados, por sua vez, acalmam suas consciências com uma doação anual a instituições e programas de caridade – sabe-se lá! Artistas e atletas fazem campanhas de solidariedade emocionantes, mas suas contas bancárias permanecem milionárias, completamente contrastantes com a realidade de vida da maioria da população.
Quanto ao direito civil do cidadão comum, nem é bom falar. Nunca houve tantos ministérios e órgãos de defesa de tais direitos, verdadeiros cabides de emprego! Mas o dia a dia da população está cada vez mais caótico: obras públicas mal planejadas e edificadas, rodovias precárias, urbanização deficitária em todos os seus aspectos primordiais etc. Entretanto, há que se reconhecer que o povo, em geral, não colabora para a preservação do que existe de bem coletivo. A sujeira das cidades, as pichações, o vandalismo são exemplos disso.
Fico a pensar no futuro próximo, quando a geração de hoje entrar em cena para exercer seu papel profissional e social. Com a Educação cumprindo mal o seu papel de formadora de cidadãos críticos e criativos, e a mídia anestesiando a consciência coletiva, não sei aonde vamos chegar. Quando estudei Pedagogia, aprendi que as escolas não podiam reproduzir o Sistema dominante, que era a ditadura militar. Lamentavelmente, a democracia nada trouxe de edificante, pois um falso sistema de igualdade de direitos está sendo reproduzido, e o pior: com a conivência e aplauso da grande parte da intelectualidade brasileira.
Nadja Neves Abdo
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