Cidade planejada em detalhes e festejada em seus primórdios. Depois, homenageada em verso e prosa pelos grandes nomes da moderna literatura brasileira: Barreto, Drummond, Cyro dos Anjos, Henriqueta Lisboa, Pedro Nava e muitos outros. No decurso de sua história de cento e quinze anos, foi chamada de cidade jardim, exibiu um horizonte magnífico, cercado pela Serra do Curral, teve muitas primaveras floridas, esbanjou elegância arquitetônica e enfrentou com valentia muitos vendavais de ganância imobiliária e vaidade política. Sucessivas reconstruções ocorreram sem seu solo – algumas necessárias, mas muitas lamentáveis. Hoje centenária, dá sinais de exaustão; não suporta mais tantos equívocos e desmandos. De “cidade vergel” passou a cidade concreto. Ver seu horizonte? Só de cima dos arranha-céus. O estilo arquitetônico, ora neoclássico, não se pode mais definir, transformou-se numa verdadeira babel. De positivo, sobrevivem pontos isolados de beleza e reminiscências do que foi belo um di...