Senso crítico

Meus professores não só me ensinaram conteúdos, como também desenvolveram minha percepção crítica das coisas e pessoas, da história e da realidade. Infelizmente, hoje em dia não se pode criticar mais nada, mesmo que construtivamente, porque corre-se o risco de ler frases como: “quem critica está com inveja”. Sendo assim, a ideia atual é de que o indivíduo deve ser acrítico, que deve achar tudo lindo, “curtir” e ter 10.000 amigos.

O mundo atual está cheios de bobos da corte

O lamentável em tudo isso é a falta de reação que se observa, a falta de probabilidade de mudança. Verifica-se, em geral, uma necessidade quase pueril de aceitação social. As pessoas têm medo de ser diferentes, de se pronunciarem contrariamente sobre ideologias apregoadas como certas, e vivem a repetir vários dogmas pré-concebidos como inquestionáveis. Um exemplo é a influência que a mídia tem no comportamento humano. Basta uma reportagem no "Fantástico", para todos seguirem as recomendações no dia seguinte. Outro exemplo? As celebridades instantâneas que passam a ditar a moda ou a proliferação de novas fórmulas infalíveis de bem viver e ser politicamente correto.

Mas algo continua cada vez mais forte e inabalável: o ego. Ai de quem ousar contra esse "senhor". Ouvir criticas - ou algo que não se quer ouvir - faz de quem as profere a persona non grata. Nem se discute a crítica, se ela é procedente, consistente ou não. Só não é assim quando há medo, quando há subordinação de alguma espécie, material ou emocional. Ser crítico  e analítico nos dias de hoje é ser o advogado do diabo, é mau, ninguém quer por perto.

No entanto, o que temos de bom nos dias de hoje é advindo de pessoas que ousaram contrariar ou inovar, que assumiram seus papéis de transformadores, a despeito do preconceito que despertaram em seu tempo, com uma nova linguagem, atitudes contestadoras, grandes descobertas ou com seus inventos fantásticos. Heróis da resistência!