AFETIVIDADE X EU
Então, diante da
crise detectada e da demanda por socorro, aparecem as indagações sobre o
problema que se alastra: Por que as relações afetivas não prosperam ou duram
como antes? Por que os sentimentos se tornaram tão efêmeros? O que fazer para
não sofrer tanto com o rompimento? Por que alguns agem com violência numa
separação?... E vão por aí afora as perguntas.
Falam os
filósofos, analisam os psicólogos, aconselham os religiosos, receitam os
doutores... Na dúvida, Freud é ressuscitado e chamado a explicar. Os
antidepressivos e a psicoterapia são apontados como indispensáveis para dar
solução ao problema. Mas as perguntas continuam sem resposta.
A angústia, o
pânico, o estresse - ou todos somados - fazem mais e mais vítimas a cada dia,
sem que a epidemia seja controlada. Vários males vão surgindo, decorrentes
desse estado de coisas da vida contemporânea. À espreita, doenças
psicossomáticas aproveitam a oportunidade para se instalarem.
Concomitantemente,
pode ocorrer o estado de solidão, o que tem sido cada vez mais frequente, como consequência
ou por opção. Refazer a vida afetiva nem sempre é fácil. O desgaste emocional
de um relacionamento malfadado imputa certa descrença e colabora para o que o
medo de uma nova frustração ocorra. Ademais, nunca se sai de um relacionamento
sem marcas e bagagens, que, por vezes, podem dificultar um recomeço. Estar só
pode ser uma garantia de viver em paz. No entanto, muitas pessoas conseguem
superar e refazer sua vida afetiva, alcançando a tão sonhada felicidade.
Consideradas as
características das relacões afetivas da vida contemporânea, em geral, e
seus desdobramentos na vida pessoal e familiar de cada um, o que se pode
depreender dos fatos é que vivemos uma época de baixa tolerância e de egos
exaltados. E o que fazer? A resposta é diretamente proporcional à necessidade
que cada um tem de se relacionar, de se doar e de manter acesa a energia – seja
ela amor, amizade, paixão, companheirismo - que sustenta o relacionamento.
Nadja Neves Abdo
Nadja Neves Abdo
Comentários
Postar um comentário