Investimentos públicos em Pós-graduação

Nadja Neves Abdo

Penso, como educadora, que o principal critério de seleção para Pós-graduação(Mestrado e Doutorado) no Brasil deveria ser a apuração do caráter utilitário da pesquisa. Estamos com excesso de conhecimentos teóricos e restritos em aplicabilidade, que só servem para acariciar vaidades, inflamar egos e aumentar currículos daqueles que os proclamam.
A maior parte do conhecimento produzido nas universidades federais, mantidas com o dinheiro público, de nada serve para tornar mais digna e saudável a vida do brasileiro ou tornar mais elevado o nível social e educacional da população em geral, com raras exceções.
Não sou contra a pesquisa de caráter puramente intelectual, mas acho que essa deveria ser financiada pelo interessado em desenvolvê-la, por não se tratar de prioridade para a nação, especialmente para um país tão carente de estrutura básica, em várias áreas, como o Brasil.
Os critérios de seleção vigentes para Mestrado e Doutorado dão amplas possibilidades de aprovação para candidatos oriundos das classes dominantes, porque pressupõem conhecimento de língua estrangeira (cursos particulares), formação acadêmica aprimorada (lembrando que alunos das universidades federais em geral estudaram em bons colégios), nível de leitura elevado(condições de comprar bons livros), tempo para estudo( não precisar trabalhar de sol a sol) e outros diferenciais que só o capital pode proporcionar.
O cerco já começa a se fechar nesse sentido, em nível municipal, mas há muito o quê mudar, porque o Brasil precisa de investimentos em cultura útil e reclama o desenvolvimento de pesquisas em prol da nação.


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